É o que me leva a pensar do nosso Premier do Ontário, o senhor Dalton McGuinthy ao apelar esta semana aos professores desta Província para não pararem as suas actividades extracurriculares que há muitos anos vêm fazendo ao fim do dia, após as aulas. Esta atitude dos professores deve-se às diferenças existentes entre os seus sindicatos e o patronato que culminou, recentemente, com a aprovação duma nova lei no Parlamento a impor um novo contrato para todos aqueles profissionais ao serviço das Direcções Escolares a fim de evitar uma greve nas escolas.
Ao que parece este nosso Premier, neste seu apelo disse que os professores estavam "zangados" com esta lei agora aprovada mas que, ao fim e ao cabo, estavam todos numa situação difícil e irredutível. Mas sobre ameaça de eliminar o trabalho extracurricular (supervisionar as actividades desportivas dos alunos depois das aulas), um trabalho voluntario, que não era, para ele, sr. McGuinty, aceitável.
Muito bem. Eu também concordo e comungamos na mesma ideia. Ficaremos num impasse e sem actividade no desporto nas escolas e liceus, se os professores levarem avante a ameaça de suspensão dos trabalhos após actividade docente pois o desporto terá mesmo de parar até se chegar a um acordo, ou de contratar supervisores (mais dinheiro fora das algibeiras). É que, queiramos ou não aceitar, e eu sou um deles, que se, por infelicidade, houver um acidente grave durante as actividades não supervisionadas a quem se vai pedir responsabilidade para já não falar nas apólice existentes das seguradoras?
A esposa do senhor Dalton McGuinty, exerce, ou exercia, a sua actividade profissional como professora se não erro, pelo que aquele nosso governante sabe muito bem a engrenagem do ensino nesta Província e dos processos longos, e dolorosos, durante as negociações entre o patronato e os sindicatos. A greve é, não só para o pessoal docente como também para as outras profissões agregadas ao sistema da educação, a única "arma" para resolver estes impasses, pelo lado dos educadores/professores, caso o patronato ficar irredutível à mesa de negociações. Se me perguntam se concordo com as greves claro que a minha opinião é, NÃO. No entanto há situações de beco sem saída e aqui não há outra alternativa do que usar a tomada de força e então é chamada a greve que legalmente a lei lhes faculta.
A todo este processo chamo, se ainda não foi alterado, de democracia. Em todo o sector laboral, patronato e sindicatos têm forçosamente de dialogar e negociar as diferenças para se chegar a um acordo mutual.
Agora a intervenção dos nossos governantes nestes processos é que não concordo de maneira nenhuma senão, num dia destes, já não existirá os meios tradicionais e democrático de se negociar. Prevalecerá então a razão, e a vontade, do mais forte, a entidade patronal. As razões de serem classificadas pelos nossos governantes de profissões importantes na sociedade está errado. Os professores o são, é inegável, pois educam e treinam os alunos. Os médicos também e o mesmo acontece com as enfermeiras, os técnicos de radiologia e medicina nuclear.
Os analistas caiem no mesmo padrão e o pessoal das ambulâncias, os transportes públicos e os policias mais os bombeiros que também estão na mesma ordem. Assim corre esta minha apresentação para que os da limpeza e da coleta do lixo também sejam classificados de imprescindíveis (não se pode viver rodeado de ratazanas e putrefação), o pessoal dos hotéis, aeroportos, pilotos e assistentes, cangalheiros (para não ficarmos para aí a cheirar mal), taxistas, os cafeshop e os dos restaurantes, bla, bla e bla.
Resumindo. Todas as atividades e todos nós fazemos falta e somos, como já disse atrás, imprescindíveis. Só ficará, após deduzir essas profissões todas, apenas, e apenas, os indigentes e os turistas…
Agora vem o sr. McGuinty pedir batatinhas. Estará ou não ameaçar com mais represálias? Confesso que não consigo traduzir para bom português o que li em inglês. Então se as actividades extracurricular é de cariz voluntário porque razão está aquele nosso Premier tão preocupado pois não custa um centavo sequer à administração pública ou aquele que paga os impostos, o Zé Povinho. Ou será que também quererá passar lei que obrigue os professores a trabalharem de "borla"?
Não me admira nada. Será então a apregoada "NOVA ORDEM". Responda quem souber pois disto de política sou mesmo um "nabo" e cada vez percebo menos...
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